Doenças Oculares do Envelhecimento

Existem diversas Doenças Oculares do Envelhecimento que têm características degenerativas. Embora muitas doenças tenham um caráter idiopático, ou seja, não têm causa aparente ou conhecida, existem associações das mesmas com fenômenos, como, por exemplo, o tabagismo, o diabetes, hipertensão arterial, exposição ao sol. Tais condições tendem a se tornar mais frequentes e cumulativas com o passar do tempo e acabam por aumentar o risco para pessoas com idade avançada.

A doenças oculares mais prevalentes em pessoas idosas deve-se enfatizar a catarata, o glaucoma, as doenças venosas oclusivas da retina e principalmente a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Outra doença ocular de grande risco de perda visual é a retinopatia diabética. Entretanto, essa última pode afetar as diferentes faixas etárias e não somente os idosos.

Portanto, com o passar da idade, uma visita periódica ao oftalmologista se faz imperativa. Tal atitude possibilita uma possível identificação precoce de fatores de risco para doenças mais comuns de aparecimento tardio. Esta identificação viabiliza monitoramentos e tratamentos adequados que vão minimizar a chance de termos danos visuais lá na frente. Nesta faixa etária mais avançada, mais do que em qualquer outra, toda doença identificada e tratada precocemente tem um prognóstico final muito mais favorável.

 

Sete doenças comuns nos idosos:

1 – Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

É a causa número 1 de cegueira em idosos. Como o próprio nome diz, consiste na degeneração da mácula (estrutura localizada na parte posterior do olho, na retina, responsável pela visão central), A DMRI surge com sintomas de embaçamento visual e/ou distorção de formas, evoluindo com perda gradual e irreversível da acuidade visual. É mais comum em obesos, fumantes e brancos.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Deve-se optar por uma dieta saudável, rica em alimentos com alto teor de ômega-3, além dos vegetais de folhas verdes; não fumar ou parar de fumar; realizar exercícios físicos periodicamente; controlar o peso e a pressão arterial; proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e/ou com proteção ultravioleta.

 

2 – Presbiopia

No que consiste e o que causa?

É quando ocorre pioras de visão para perto. Ocorre uma acomodação que impede o olho de focar corretamente. Começa aos 40 e se completa aos 60 anos. A principal causa é o cansaço da visão.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

É corrigida com o uso de óculos.

 

3 – Catarata

No que consiste e o que causa?

É a principal causa de cegueira reversível no mundo. Pode aparecer em qualquer idade, mas ocorre principalmente após os 50 anos. Nesta faixa de idade existe perda progressiva da transparência da lente natural do olho, o cristalino. O fenômeno ocorre mais comumente de maneira natural, pelo envelhecimento do organismo, porém pode ser acelerado por diversas doenças sistêmicas (como, por exemplo, o diabetes) e induzido pelo uso crônico de drogas (a exemplo dos anti-inflamatórios hormonais ou popularmente conhecidos como corticóides). O principal sintoma da catarata é o embaçamento visual, que evolui de maneira gradual até a completa perda da visão.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Não existe nenhum método para evitar ou prevenir, porém as cirurgias são largamente realizadas com total sucesso. Deve-se, porém, atentar às causas secundárias de catarata como diabetes e o fumo, promovendo seu controle. Uma dieta saudável, rica em alimentos antioxidantes, pode ser um aliado importante para postergar o aparecimento da catarata. Outra medida preventiva é proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e/ou com proteção ultravioleta.

 

4 – Glaucoma

No que consiste e o que causa?

Doença genética que se manifesta principalmente na terceira idade. Há perda progressiva da visão periférica causada pelo aumento da pressão ocular. Pode levar à cegueira irreversível. O Glaucoma se caracteriza por um conjunto de fatores que leva à perda da visão pela destruição do nervo óptico. Esse fenômeno normalmente é associado ao aumento da pressão intraocular e pode ocorrer em apenas um ou ambos os olhos. É uma das principais causas de cegueira irreversível e se inicia com quadro de perda da visão periférica.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Por se tratar de uma doença insidiosa e irreversível, é indicado realizar a rotina oftalmológica completa em pacientes acima dos 45 anos que tenham histórico familiar. Todos os pacientes acima de 60 anos devem realizar, ao menos uma vez por ano, esta rotina. Um simples colírio pode impedir a evolução.

 

5 – Doenças Vasculares

No que consiste e o que causa?

Causadas por hipertensão ocular e diabetes essas doenças são mais comuns na terceira idade e afetam os vasos da retina provocando oclusões.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

O controle da pressão arterial, do colesterol e da glicemia.

 

6 – Retinopatias (Diabética e Hipertensiva)

As retinopatias se caracterizam por alterações progressivas e tardias ocorridas na retina em virtude da complicação de duas importantes doenças: o diabetes e a hipertensão arterial. Geralmente, o acometimento ocular dessas doenças se dá nos vasos da retina, ocasionando deformidades em seu trajeto, extravazamento de líquido e até mesmo hemorragias. As retinopatias se instalam lentamente e por muitas vezes não há sintomas de início; posteriormente, embaçamento e diminuição da acuidade visual podem ser frequentes. Em casos de uma hemorragia, o paciente se queixa de perda da visão súbita no olho acometido.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Por se tratar de uma doença progressiva e relacionada ao agravamento de outras duas enfermidades maiores, torna-se imprescindível o controle severo da glicemia e da pressão arterial.

 

7- Olho Seco

No que consiste e o que causa?

Os sintomas relacionados ao olho seco são mais frequentes em mulheres após a menopausa em virtude das mudanças hormonais a que são submetidas nesse período. Pacientes em uso crônico de certos medicamentos e/ou submetidos a tratamentos de quimioterapia ou radioterapia também podem relatar a ocorrência desses sintomas em decorrência de alterações desencadeadas nas glândulas lacrimais no que diz respeito à produção da lágrima. Alterações senis nas pálpebras (entrópio, ectrópio) e distúrbios do sistema lacrimal (obstrução) são outros fatores que podem desestabilizar a superfície ocular do paciente, gerando sintomas de olho seco.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Nos casos de olho seco por privação de lágrima podemos empregar o uso de lubrificantes em gotas, pomadas ou gel. Nos casos em que alterações da superfície ocular comprometem a lubrificação dos olhos podemos empregar, além dos métodos já citados anteriormente, cirurgias corretivas, enxertos, suturas provisórias ou definitivas entre outras.

 

Consulte sobre o oftalmologista!

Dr. Ricardo Muniz Berton

Telefone: 19 3255-2423